Consequências de abalos sísmicos no acervo

No passado dia 17 de Dezembro de 2009, foi registado um sismo de intensidade 6,0 na escala de Richter, ocorrido pelas 01:37 minutos a Oeste -Sudoeste do Cabo de S. Vicente, a 185 km de Faro e a 265 km de Lisboa.

Quando se verificam ocorrências deste cariz a Área de Conservação e Restauro procede a monitorizações às reservas e às salas de exposição com vista a detectar eventuais anomalias tanto no edifício como nos objectos e respectivos suportes. Na vistoria que sucedeu esse incidente verificou-se, nas Galerias da Vida Rural a queda de 5 candeias de azeite e, nas Galerias da Amazónia, o desalinhamento de um toucado. Estas foram anomalias sem gravidade para os objectos em causa.


Para além destas monitorizações, é elaborado um relatório dessas ocorrências, a fim de possibilitar futuras comparações e avaliações de impacto. Com base nesse registo foi possível perceber que um anterior sismo, sentido a 12 de Fevereiro de 2007 às 10h36, provocou danos de maior gravidade, muito embora apresentasse uma intensidade, de 5,8 na escala de Richter, ligeiramente inferior do que este último. Desse sismo em 2007 decorreu a fractura de uma figura antropomórfica (BD.151), tendo sido intervencionada e rectificado o seu suporte, colocando-se cell-aire® na base com vista a evitar o deslizamento da figura.

A avaliar pelos danos deste último sismo, de 2009, conclui-se que essa figura antropomórfica se encontra agora estável.

Tanto as 5 candeias, como o toucado, foram correctamente posicionadas. Não se considerou necessária a alteração do método expositivo das candeias, que são em metal, e por isso pouco susceptíveis a fracturas. No caso do toucado, constituído por delicadas penas de tucano, foi colocada uma tira de cell-aire®, entre este e o seu suporte, com o objectivo de evitar novos deslizamentos.

Fontes consultadas:
http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/
http://www.meteo.pt/pt/sismologia/comunicados/

IV Congreso “La restauración en el siglo XXI. Funcion, Estética e Imagen”

Cláudia Duarte participou com um poster intitulado Intervención en un molim no IV Congreso “La restauración en el siglo XXI. Funcion, Estética e Imagen”, que decorreu em Cáceres, organizado pelo Grupo Español del I.I.C., em colaboração com a Universidad de Extremadura. Este congresso teve lugar no auditório principal do Complejo Cultural San Francisco – El Brocense, entre os dias 25 e 27 de Novembro de 2009.
(clique para aumentar)

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Tratamentos de Conservação – Parte 3

Tratamentos de conservação de 2003 a 2008

Como se pode observar no gráfico referente a tratamentos de conservação realizados entre 2003 e 2008, foi bastante significativo o aumento do rendimento da equipa verificado no último ano, tendo aumentado comparativamente a participação dos estagiários. É de salientar sobretudo o retomar do projecto “Trabalhos de Verão”. 2008 foi um ano ainda muito marcado pela recepção do acervo do Museu de Arte Popular que implicou a reorganização de vários sectores de reserva mobilizando muitos recursos e limitando, ainda que não tanto como em 2007, o tempo disponível para a realização de outras actividades deste sector do Museu. No caso particular dos tratamentos de conservação e restauro foi dada prioridade aos objectos do acervo do Museu de Arte Popular.

É importante referir que as actividades da Área de Conservação e Restauro não se limitam a tratamentos de conservação pelo que são de esperar variações anuais dependendo das actividades previstas para cada ano.

Tratamentos de Conservação – Parte 2

Empréstimo ou recepção de novos objectos

Tropeço 7070 pertencente ao Museu de Arte Popular antes e depois do tratamento de conservação e restauro


Roca 6023 pertencente ao Museu de Arte Popular antes e depois do tratamento de conservação e restauro

Caneco 5720 pertencente ao Museu de Arte Popular antes e depois do Tratamento de Conservação

Vistorias e monitorizações periódicas a reservas e exposições

Bolsa de Xamã BB.754 na exposição “com os índios Wauja” quando foi detectada a presença de insectos xilófagos

Joana Amaral (esquerda) e Catarina Teixeira (direita) preparando a bolsa de Xamã BB.754 para desinfestação por exposição a baixas temperaturas

Pormenor da imagem anterior onde se podem observar vestígios da actividade dos insectos xilófagos



Apoio ao estudo de colecções

Figura em barro AR.200 antes e depois do tratamento de conservação e restauro e da construção de um suporte em espuma de polietileno

Figura em barro AR.027 antes e depois do tratamento de conservação e restauro

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Os estágios na Área de Conservação e Restauro incluem a participação em alguns destes contextos.

Campanha de limpeza na Exposição Exercício de inventário

A exposição exercício de inventário tem os seus objectos instalados em vitrinas não estanques e que, por isso, permitem alguma entrada de poeiras e sujidade. Há semelhança do que foi feito a 11 de Novembro de 2008 e a 9 de Fevereiro de 2009 procedeu-se, a 14 de Dezembro de 2009, a uma campanha sistemática de limpeza em toda a sala 3.

Normalmente Gorete Azevedo e Vanessa Nunes encarregam-se da limpeza da sala 3 (e de todo o Museu) o que inclui a limpeza do chão e do exterior das vitrinas, mas a manutenção do interior destas necessita da coordenação da Área de Conservação e Restauro. Assim, uma equipa coordenada por Cláudia Duarte da qual fizeram parte Célia Gomes, Joana Amaral, João André, Manuel Araújo, Paulo Maximino e Pedro Augusto foi reunida para esta tarefa.

Tivemos a possibilidade de contar com a presença de Manuel Durão, o colector e doador de uma das colecções representadas na exposição, que fotografou melhor alguns objectos enquanto decorria a campanha de limpeza.

Célia Gomes aproveitou esta campanha para recolher mais informação sobre os objectos que se encontram em exposição e que se relacionam com os centros oleiros de Fazendas de Almeirim e Muge, alvo do estudo que desenvolve actualmente no Museu Nacional de Etnologia.

Esta campanha é também um exemplo de como se podem articular diversas actividades optimizando recursos sem prejuízo da qualidade do trabalho e das necessidades de manutenção das exposições. E isto é parte da vida do Museu.